Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente
para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de lhes dizer. Eu
os amei o suficiente para ter perguntando onde vão, com quem vão e a que horas
regressarão?
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer
com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar as balas que
tiraram da mercearia e a dizer ao dono: “Nós roubamos isso ontem e queríamos
pagar”.
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês
duas horas, enquanto limpavam seu quarto; tarefa que eu teria realizado em
quinze minutos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu
sentia por vocês: o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a
responsabilidade de suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras
que me partiram o coração.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para lhes dizer não,
quando sabia que poderiam me odiar por isso. Essas eram as mais difíceis
batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também!
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